A Microsoft aposta na energia nuclear para seus centros de dados com alto consumo de energia, utilizando a notória usina de Three Mile Island para suas ambições em IA

A Microsoft assinou um acordo com uma das instalações nucleares dos EUA, buscando novas maneiras de garantir que a demanda por computação em IA seja atendida.

O legado da usina nuclear de Three Mile Island (TMI) tem sido marcado pelo acidente de fusão parcial do Reator 2 em 1979, que impactou profundamente a percepção pública sobre a energia nuclear. O que muitos não sabem é que o Reator 1 não foi afetado e continuou operando de forma segura e confiável por décadas.

Agora, em um novo passo significativo, a Constellation assinou seu maior acordo de compra de energia com a Microsoft, levando ao plano de restauração e reinício do Reator 1 da TMI, agora chamado de Crane Clean Energy Center (CCEC). O projeto deve adicionar 835 megawatts de energia livre de carbono à rede elétrica, criar 3.400 empregos e contribuir com mais de US$ 3 bilhões em impostos.

Apoio contínuo à energia nuclear

Segundo o acordo, a Microsoft comprará a energia produzida pela usina renovada para atender ao consumo de energia de seus centros de dados na rede PJM.

A gigante da tecnologia vem explorando a energia nuclear como forma de alimentar seus centros de dados há algum tempo, embora este seja seu acordo mais notável até agora.

“Este acordo é um marco importante nos esforços da Microsoft para ajudar a descarbonizar a rede elétrica, apoiando nosso compromisso de nos tornarmos carbono negativos”, destacou Bobby Hollis, vice-presidente de Energia da Microsoft.

Joe Dominguez, presidente e CEO da Constellation, comentou: “Abastecer indústrias críticas para a competitividade econômica e tecnológica global de nossa nação, incluindo centros de dados, requer uma abundância de energia que seja livre de carbono e confiável a cada hora de cada dia. As usinas nucleares são as únicas fontes de energia que podem consistentemente cumprir essa promessa.”

Antes que o Reator 1 da TMI possa ser reiniciado, passará por uma modernização substancial, incluindo atualizações na turbina, gerador e sistemas de resfriamento. Será necessária a aprovação da Comissão Reguladora Nuclear dos EUA, com planos para estender as operações da usina até 2054. O retorno à operação está previsto para 2028.

Um relatório do The Brattle Group revelou que o Crane Clean Energy Center, renomeado em homenagem ao ex-CEO da Constellation, Chris Crane, não apenas adicionará mais de 800 megawatts de energia limpa, mas também injetará US$ 16 bilhões no PIB da Pensilvânia e gerará US$ 3 bilhões em impostos. Além disso, a Constellation comprometeu-se a investir US$ 1 milhão ao longo de cinco anos para apoiar o desenvolvimento da força de trabalho local e programas comunitários.

O apoio público à energia nuclear permanece forte na Pensilvânia, com uma pesquisa recente mostrando uma margem de 2 para 1 a favor do reinício do Reator 1 da TMI. O governador Josh Shapiro elogiou o projeto, afirmando: “O Crane Clean Energy Center utilizará com segurança a infraestrutura existente para sustentar e expandir a energia nuclear no estado, ao mesmo tempo em que cria milhares de empregos no setor de energia e fortalece o legado da Pensilvânia como líder nacional em energia.”

O ressurgimento da energia nuclear, especialmente como fonte confiável e livre de carbono para setores intensivos em energia como centros de dados, está se tornando cada vez mais atraente para empresas como a Microsoft e a Oracle, que estão apostando fortemente nessa tecnologia.

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