Censura e liberdade de expressão nas plataformas de tecnologia

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Vamos encarar os fatos, as grandes plataformas de tecnologia estão em uma posição de poder tremenda. Elas controlam o que bilhões de pessoas veem, lêem e compartilham todos os dias. E, com esse poder, vem a responsabilidade de moderar conteúdo, mas até onde isso pode ir antes de virar censura pura e simples?

Por um lado, é óbvio que as plataformas têm que ter algum nível de moderação. Ninguém quer que a internet vire um terreno baldio cheio de discurso de ódio, desinformação e conteúdo criminoso. As empresas têm a obrigação de manter suas plataformas seguras e saudáveis, e isso significa cortar o mal pela raiz quando ele aparece. Mas, ao mesmo tempo, quem decide o que é “mal”? Quem define o que é aceitável e o que não é?

O problema começa quando essas plataformas começam a usar sua capacidade de moderação pra moldar o discurso de acordo com interesses próprios ou, pior ainda, ceder à pressão de governos e grupos poderosos. Aí, o que era pra ser uma ferramenta de proteção vira um instrumento de controle. E não se engane, o perigo tá em quem tem o dedo no gatilho da censura. Quando você dá a uma empresa o poder de decidir o que pode ou não ser dito, você tá colocando a liberdade de expressão nas mãos de executivos que respondem a acionistas, não ao público.

E o que dizer dos algoritmos? Esses códigos que ninguém fora das empresas realmente entende estão decidindo o que é amplificado e o que é silenciado. Eles são programados pra maximizar o engajamento, mas também podem ser ajustados pra ocultar ou promover certos tipos de conteúdo. E, de novo, quem tá no controle disso? E com que agenda?

Estamos vendo cada vez mais casos de conteúdo legítimo sendo derrubado, contas sendo suspensas sem explicação clara, e discussões importantes sendo silenciadas. E isso não é só uma questão de “seguir as regras da plataforma”. É uma questão de quem tem o poder de moldar o que pode ser dito e quem pode dizê-lo. Quando as plataformas passam a ser os árbitros da verdade, a liberdade de expressão tá em risco.

Então, estão indo longe demais? Em muitos casos, sim. E o pior é que essa linha tênue entre moderação necessária e censura abusiva tá ficando cada vez mais borrada. As plataformas precisam moderar, sim, mas precisam fazer isso com transparência e responsabilidade, respeitando a liberdade de expressão. Caso contrário, corremos o risco de entregar o controle do discurso público nas mãos de algumas poucas empresas que, no fim das contas, tão mais preocupadas com lucro e imagem do que com princípios democráticos.

Moderação é necessária, mas o poder de decidir o que pode ser dito é perigoso demais pra ficar concentrado em poucas mãos. As plataformas de tecnologia precisam encontrar um equilíbrio e rápido. Porque, se continuarmos nesse caminho, a liberdade de expressão vai acabar sendo mais uma vítima do controle corporativo. E quando isso acontecer, vai ser tarde demais pra voltar atrás.

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